Os tipos textuais são assim chamados pela forma como se apresentam e por possuírem, em sua composição, uma continuidade linguística bem delimitada, como a ordem e sequência de palavras e frases, suas relações lógicas e seus aspectos sintáticos e semânticos. São eles: narração, descrição, dissertação argumentativa, expositiva, injuntiva.
A introdução, o desenvolvimento e a conclusão são predominantes na estrutura dos tipos textuais, mas é também possível encontrar, ainda que brevemente, mais de um tipo textual no mesmo texto. Por exemplo.
Num texto dissertativo-argumentativo, o autor pode lançar mão da narração, para contextualizar historicamente um fato, a descrição para mencionar um objeto ou uma lugar. Todavia, o importante é identificar qual estrutura prevalece na composição textual para assim classificá-la.
Em contrapartida, os gêneros textuais não precisam obedecer a uma estrutura, eles não têm rigor em sua composição.
Na verdade, os gêneros textuais possuem características específicas de estrutura e estilo. São textos dinâmicos e estão relacionados às situações comunicativas inseridas em contextos sociais que estão presentes no cotidiano, como mensagens eletrônicas, bilhetes, textos que circulam em blogs, entre outros.
O que você encontrará neste post:
Texto e textualidade
Expressar o pensamento pela escrita, conseguir alcançar palavras e dar a elas significado requer esforço e dedicação.
Em se tratando da esfera escolar, a produção textual torna-se ainda mais difícil por ser um dos fortes critérios de avaliação.
Mas depois que a linguística tornou-se uma ciência e passou estudar a linguagem humana, o texto teve outra configuração, especialmente na década de 1980, quando o linguista francês, Émile Benveniste, apresentou a relação entre enunciado e enunciação. A partir daí a análise linguística alcançou uma base explicativa ampla sobre a produção textual.
A primeira delas é que a língua não é estática nem tão-somente feita de regras, ao contrário, ela está sempre a mudar e a evoluir.
Em razão desse dinamismo, os fatores externos, como o contexto, o tempo, o espaço e, sobretudo, seus interlocutores, passaram a ser privilegiados na produção textual.
Dessa forma, o ato de escrita passou a não se restringir apenas aos aspectos formais, mas também a um evento interativo, de interesse comunicativo.
Nesta mesma década de 1980, os linguistas Beaugrande e Dressler apresentam como padrão sete propriedades que doravante serão responsáveis em garantir a textualidade e dizer se um texto é de fato um texto.
As sete propriedades do texto
A coesão é responsável pela articulação e estrutura do texto. São as partes menores ligadas às maiores – conjunções, preposições, pronomes, advérbios, os sinônimos, a pontuação, entre outros – que ligam as palavras às frases, aos parágrafos e assim por diante.
A coerência é o elemento da não contradição. Para que o texto seja aceito como texto, é preciso haver uma relação lógica entre as partes. Por exemplo, numa introdução o autor não pode afirmar algo que poderá ser contradito no desenvolvimento ou na conclusão do texto.
Para a intertextualidade nenhum texto é produzido de maneira isolada. Todo texto é fruto do que já foi lido, do que já foi vivido pelo autor. Da mesma forma o leitor; sua leitura é decorrente também de crenças e convicções, de sua vivência, de seu conhecimento de mundo. Todo ato de leitura e escrita recebe, de uma forma ou de outra, influência da cultura, do conhecimento de mundo, tanto do autor como do leitor.
A intencionalidade está relacionada ao produtor do texto, sua intenção, seu propósito em relação ao texto. Para os linguistas, nenhum texto é inocente, todos têm uma intenção, de forma que a intencionalidade vai se referir, portanto, ao modo como o autor usa o texto para alcançar suas intenções.
A situacionalidade configura-se na forma como o produtor ajusta o texto a certa situação comunicativa. É fazer com que o texto seja relevante ao contexto, como também à forma com a qual o autor tem de adaptar o texto, tanto à situação quanto ao leitor.
A informatividade determina e seleciona sobre o que será “dito”. O ideal é que o texto apresente a cada linha uma nova informação, permitindo, assim, que o leitor possa levantar hipóteses e fazer previsões com maior ou menor facilidade, dependendo da intenção do produtor em construir um texto mais ou menos hermético, mais ou menos polissêmico, ou com um número de dados que permita ou não sua previsibilidade.
A aceitabilidade está ligada ao leitor. Embora a intenção do autor seja a recepção de seu texto, será o leitor a definir se vai aceitá-lo ou não.
Na aceitabilidade, é papel do leitor cooperar e dar sentido ao texto, levando em conta o nível de coerência e coesão textuais.
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