Túlio Bragança mora em Buenos Aires desde 2006 e por cansar de ver “brasileiros entrando em roubadas na cidade”, resolveu criar um blog para dar dicas e informações sobre a capital da Argentina. Visita lá:airesbuenosblog.com.
Além disso, Túlio contou para o Nômades Digitais as 10 coisas que ele aprendeu morando em Buenos Aires. Resolvemos compartilhar com vocês os pontos mais interessantes. Confira:
O que você encontrará neste post:
“O argentino parece nunca esquecer de nada”
“Isso é algo que vejo tanto no mercado de trabalho quanto no cotidiano das cidades. Ao contrário do brasileiro que é um povo que tem memória curta, o argentino parece nunca esquecer de nada. Sabe a história de sua cidade, dos prédios a sua volta, conta com detalhes como seu país chegou a ser o que é. Sabe de onde veio e como isso o ajuda a direcionar seus planos e projetos. Talvez essa seja uma lição que eu aprendi e coloco mais em prática que os argentinos, afinal de nada serve aprender com os erros do seu passado se você insiste em cometê-los novamente, esperando que os resultados sejam diferentes. Uma prova disso é a economia do país.”
“As pessoas sabem aproveitar muito bem seu tempo livre.”
“Chega fim de semana e tem sol, todos os parques e praças da cidade ficam cheios de gente lagarteando. Pode ser culpa que Buenos Aires não tem praia ou porque a maioria das pessoas vivam em apartamentos apertados, mas o fato é que as pessoas sabem aproveitar muito bem seu tempo livre. Restaurantes cheios, museus lotados, cinemas sempre bombando me fazem perguntar muitas vezes: onde é que está a crise da Argentina? Argentino odeia ficar em casa e eles estão mais que certos.”
“O argentino muitas vezes é visto pelo brasileiro como uma arrogante e nariz empinado, mas acontece que se ele mesmo não acreditar que é capaz, quem vai?”
“Uma colombiana que é dona de uma grande agência de turismo na Argentina certa vez comentou comigo que o sucesso da indústria do turismo do país é que eles sabem se vender muito bem. Prova disso é comparar o número de turistas que recebe em comparação com o Brasil. O argentino muitas vezes é visto pelo brasileiro como uma arrogante e nariz empinado, mas acontece que se ele mesmo não acreditar que é capaz, quem vai?”
“Trabalhar fim de semana é uma grande raridade.”
“Sinto que na Argentina as empresas abusam menos das pessoas. E o mais incrível é que elas continuam sendo capitalistas e ganhando dinheiro! Aqui deu 18h horas todo mundo vai embora. Trabalhar fim de semana é uma grande raridade. No Brasil existe uma mentalidade babaca de ficar mais tarde no trabalho pra mostrar serviço, algo que é alimentado tanto pelas empresas como pelas pessoas que trabalham lá. Já deu a hora do trabalho, mas tá todo mundo no Facebook fingindo estar trabalhando.”
“É possível sim viver sem carro.”
“Numa grande metrópole com sistema de transporte decente é possível sim viver sem carro. Faço isso há 8 anos e a maioria dos portenhos fazem o mesmo. Tudo é perto, os ônibus funcionam durante 24 horas e o metrô, por mais que seja velho e sujo, chega a boa parte dos bairros da cidade. E claro, se você não curtir viajar apertado na hora do rush, ainda existe todo um sistema de ciclovias, que a cada ano é ampliado. É muito comum eu sair do trabalho e encontrar congestionamento de bicicleta em algumas esquinas, só pra ter uma noção de quanta gente usa! Mas é claro, digo isso como alguém que não tem filhos. Talvez para os pais a história do uso do carro seja diferente.”
“Brasileiro trabalha pra caramba mesmo.”
“Isso fica claro quando comparamos com outras culturas e nacionalidades. Tive a chance de trabalhar com gente de todo o mundo e perceber que a gente leva as coisas muito a sério, se entrega, se dedica e, consequentemente, acaba se destacando com muito mais facilidade. Somos muito mais pró-ativos e inquietos, enchendo muito o saco até encontrar a solução para um problema. Muitos acham que “jeitinho brasileiro” é sinônimo de corrupção ou informalidade, mas é muito mais que isso. É a agilidade, criatividade e perspicácia na hora de agir sob pressão. Pena que muitas vezes ele é usado para o mal.”
Fonte: Nômades Digitais.
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